Dentro de casa estão presentes diversos tipos de tecidos com aplicabilidades diferentes. No banheiro usamos a toalha, no quarto e sala usamos tapetes, roupas todos os dias, panos de prato, panos de chão, etc. Cada uma dessas finalidades demanda características distintas que mudam em função da composição de cada tecido. Por isso existe uma área de estudo na química chamada Química Têxtil, focada em estudar os processos de produção e manufatura de tecidos.
A indústria têxtil é repleta de processos químicos que visam manipular a matéria-prima para que ela adquira características mais atrativas. Uma delas é a etapa de branqueamento, na qual são usadas substâncias como alvejantes e branqueadores ópticos para retirar a coloração amarelada natural das fibras. Outra etapa é a coloração, que se dá por meio de corantes que podem ser naturais ou sintéticos. Para corantes naturais, é feita uma preparação que consiste na fixação de metais nas fibras para maior aderência da cor. Por isso os corantes sintéticos são mais utilizados, porque fixam com maior facilidade. Por fim, a outra etapa que demanda tratamento químico é a lavagem, quando são utilizados sabões com grande poder limpante para retirar os excessos de corantes e alvejantes. Todos esses processos envolvem certa toxicidade e, por isso, devem ser acompanhados por profissionais qualificados.
Os tecidos podem ter origem natural, como algodão, linho, lã e seda, ou podem ser artificiais e sintéticos, como nylon, poliéster, elastano, poliamida, acrílico e viscose. Há também os tecidos que são uma mistura entre natural e sintético. Os tecidos sintéticos, em geral, são polímeros, longas cadeias de grupos de moléculas repetidos. As toalhas de banho, por exemplo, precisam de um alto teor de absorção de água e precisam ser felpudas para maior conforto, de forma que a qualidade da toalha varia de acordo com o teor de fibras naturais usados na fabricação.
Você já parou para pensar no impacto das roupas que usamos nas mudanças ambientais? Sim, ele existe. Boa parte das roupas que usamos no cotidiano contêm poliéster em sua composição. O poliéster é derivado de um polímero nada sustentável, o Polietileno obtido a partir do petróleo, mais conhecido como PET. Isso mesmo! O mesmo da garrafa. Mas nem tudo está perdido, pois existem diversos esforços mundiais para que as empresas passem a utilizar poliéster derivado de PET reciclado. Então pode ser que usemos camisetas feitas a base de garrafas de refrigerante. Bem legal, né?
A química presente nos tecidos é muito vasta e pode ser explorada em muitos elementos. É um setor com ampla atuação de químicos e engenheiros e afeta diretamente o cotidiano. É importante conhecer alguns aspectos sobre a química dos tecidos para guiar nossas escolhas de consumo e aplicação na ampla variedade que o mercado oferece.