A arte de fazer papel data das civilizações antigas, com o surgimento do papyro no Egito Antigo, e foi aprimorada no decorrer dos séculos, na China. Esses avanços tecnológicos permitiram que os processos de produção fossem aprimorados e direcionados. Em geral, todo papel vem das fibras de celulose presentes no Eucalipto. Mas o que faz o papel sulfite ser diferente do papel com propriedades absorventes? Essa é a pergunta que vamos tentar responder por aqui!

De forma resumida, o processo de produção de papel consiste na picotagem da madeira de eucalipto, que é processada para obtenção de uma pasta de celulose, também chamada de polpa. A polpa também tem em sua constituição um composto chamado lignina. Essa pasta passa por um processo de limpeza, purificação e branqueamento e, depois, é levada a uma máquina para retirada de toda água e alisamento. No que concerne ao papel higiênico, alguns processos são adicionados a esse fluxo. 

São adicionados aditivos químicos que auxiliam a retenção de líquido, aumentam a suavidade do material e a capacidade de absorção. Mas a etapa determinante na manufatura de papel higiênico é a Crepagem. É esse processo que confere ao material maciez e elasticidade, tornando-o próprio para fins higiênicos e absorventes. Nessa etapa o papel é submetido a um processo de secagem rápida que gera pequenas dobras no papel, o crepe. São adicionados produtos químicos nesse processo para induzir a crepagem adequada. 

Mas falando de química, por que a polpa é tão importante para estar presente em todos os tipos de papel? Como mencionado antes, a polpa é constituída de celulose e a celulose é um polímero natural, também chamado de polissacarídeo! Isso faz com que as fibras de celulose se organizem para conferir a estrutura do papel. O monômero da celulose é a β-D-Glucose, cuja fórmula molecular é C6H12O6. A figura mostra a estrutura molecular da celulose.

celuloseEstrutura do polissacarídeo celulose formada por β-D-Glucose

Por mais simples que pareça, podemos ver que o processo de fabricação de papel é amplo e demanda conhecimentos mecânicos, físicos e químicos muito bem consolidados. Por mais que analistas de mercado e de comércio apontem que o setor está em queda por causa do fechamento de plantas de produção e da ascensão das mídias digitais, o papel é um material muito versátil e passa por processos de reinvenção de aplicações. Com a demanda ambiental, diversos setores começaram a substituir plástico por papel quando possível, como canudos e copos. 

Você já pensou como seria viver sem papel?

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Fontes

https://www.papnews.com/insight/creping-heart-tissue/

http://www.bioblog.com.br/enzimas-ajudam-produzir-papeis-mais-macios-com-substituicao-total-ou-parcial-de-produtos-quimicos/

https://www.tissuestory.com/2018/09/26/the-basics-of-creping/

https://www.tissuestory.com/7-chemistry-of-tissue-making/