A água é um elemento presente em vários âmbitos do nosso cotidiano. Na forma de chuva, líquidos que bebemos, presente em vasos de plantas e até mesmo no ar na forma de vapor. Porém, diversos materiais utilizados pelos seres humanos são sensíveis à formas de água e precisam de algum revestimento e proteção contra líquidos. É o caso do sofá, por exemplo. Por isso nesses casos são aplicados processos de impermeabilização, que consistem na aplicação de algum produto que sele ou isole os poros da superfície, prevenindo a entrada de água. Isso ocorre nos ramos mais variados, desde roupas e móveis até construção civil, o que faz com que sejam desenvolvidas tecnologias específicas para cada aplicação.

Partindo da premissa que óleo e água não se misturam, é de se pensar que o uso de óleos diversos e longas cadeias carbônicas seja eficiente na impermeabilização. No entanto, vemos que não é bem assim, pois selantes orgânicos são facilmente quebrados e não conferem proteção a longo prazo dependendo do tipo de exposição. Por isso são desenvolvidos outros materiais, boa parte de base polimérica, que conferem mais resistência e durabilidade, afinal, não dá para selar asfalto com óleo de cozinha, não é mesmo?

Os polímeros são uma classe muito versátil de compostos e foi o seu desenvolvimento que proporcionou avanços significativos na tecnologia de impermeabilizantes. Os primeiros indícios de impermeabilizantes em roupas apontam a cobertura das peças com látex (polímero de origem vegetal), o que as deixava pesadas e desconfortáveis. Um dos grandes avanços na tecnologia de polímeros para impermeabilizantes de roupas, é que eles não permitem a entrada de água da chuva, por exemplo, mas permitem a saída de fluidos de transpiração. Esse tipo de material é constituído de uma camada interna hidrofílica (que atrai água) e uma camada externa hidrofóbica (que repele água) de polímero microporoso. Então, a diferença de temperatura interna e externa proporciona as condições necessárias para que as moléculas de água saiam, mas não entrem. Legal né? Isso é termodinâmica!

Outro tipo de impermeabilização bem distinto é o presente na construção civil. Mesmo dentro desse segmento, há uma grande variedade de aplicações que demandam propriedades diferentes. Locais com variações significativas de temperatura, por exemplo, passam por um processo chamado de impermeabilização flexível, que usa polímeros e elastômeros. Já na impermeabilização de elementos mais estruturais, são aplicados agentes químicos e aditivos. Materiais muito usados são silanos, siloxanos ou borrachas de silicone (RTV). Apesar de terem grupos funcionais diferentes, os três materiais têm algumas semelhanças importantes:

  • Contém silicone na de alguma forma; 
  • São penetrantes;
  • Permitem que a estrutura respire, deixando que o vapor escape sem que haja entrada de água; 

Sendo essas características importantes para o ramo de construção civil. 

A diversidade dos processos de impermeabilização é bem interessante para avaliar como a ciência pode resolver problemas reais na sociedade. A tecnologia empregada parte de conceitos bem estudados como afinidade química e porosidade, mas ao explorar adequadamente cada um deles, são desenvolvidos produtos que realmente fazem nossa vida mais fácil!

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Fontes:

http://www.aquimicadascoisas.org/en/?episodio=the-chemistry-of-waterproof-clothing#:~:text=The%20modern%20airy%20waterproof%20fabrics,attracts%20water)%20and%20absorbs%20the

https://www.masoncontractors.org/2004/04/05/the-chemistry-of-waterproofing/

https://incopre.com.br/index.php/quais-sao-os-tipos-de-impermeabilizacao-usados-na-construcao-civil/